segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

The X-Files - 'Babylon': Episódio conecta fenômenos paranormais com os temas da atualidade e une Fé e Ciência! - Marcos Doniseti!

The X-Files - 'Babylon': Episódio conecta fenômenos paranormais com os temas da atualidade e une Fé e Ciência - Marcos Doniseti!
Mulder e Scully comentam sobre a nova dupla que entrou na série, Einstein e Miller. 
Gostei muito desse novo episódio da série, que foi o 5o. a ser exibido, embora seja o quarto na sequência correta desta temporada.

E ele começa já mostrando que Chris Carter não estava brincando quando disse que a nova temporada da série estaria conectada com os temas do mundo atual, como é o caso do Terrorismo. 

Ele tratou de temas atuais que são muito relevantes no mundo atual: terrorismo, direitos civis, liberdade de expressão, imigração ilegal, a conexão entre religião e violência (vide o Estado Islâmico/Al-Qaeda). E ainda tivemos algo paradoxal: 

Enquanto o Mulder completava o seu processo de retomada da sua vontade de acreditar em fenômenos 'ineXplicáveis' por métodos racionais e científicos, com a ajuda da cética Einstein, a Scully tentava obter informações do terrorista 'morto-vivo' com o uso de métodos científicos, mas com a ajuda do 'crente' Miller. E não foi à toa que tivemos aquela sequência final, entre Mulder e Scully.

Os opostos se atraem e se completam, pelo menos em 'The X-Files'. Aliás, esse parece que foi o tema do episódio (vejam a cena final, onde Mulder e Scully falam justamente a respeito deste assunto). 

Aliás, o roteiro desse episódio mostra que a nova dupla de agentes não entrou na série apenas porque são uma versão mais jovem de Mulder e Scully, ou porque um é crente (Miller) e o outro é cético (Einstein), mas porque o tema deste episódio e um dos temas da própria temporada, seja justamente esse, ou seja, a tentativa de se unir as pessoas a fim de se evitar toda a destruição que vemos no Mundo atualmente e cujos acontecimentos se transformaram em assuntos do seriado nesta temporada, dando origem à uma nova Conspiração, que começou em 'My Struggle'. 

E na introdução do episódio ficou claro essa conexão de 'Arquivos-X' com temas atuais. Nela, foi abordada um outro tema, que é o do racismo e o da xenofobia, quando ficou claro que o terrorista, de pele morena, dirigindo um carro, demonstrou interesse por duas belas jovens, mas que o olharam com total desprezo. E os que estavam numa pick-up, ao lado do seu carro, também o encararam com desprezo, adotando uma postura xenófoba e racista. Assim, ele foi discriminado por típicos WASP: Brancos, Anglo-Saxões e Protestantes. Esses temas voltarão a aparecer no episódio. 
Mulder e Scully com a nova dupla do seriado, que é uma versão mais jovem deles e que trouxe de volta o velho conflito entre um agente cético (Einstein) e outro crente (Miller) em fenômenos paranormais.
Obs1: Se alguém pensa que o C.Carter está exagerando a respeito do assunto, então procurem se informar a respeito das ideias do Donald Trump.
  Embora esse episódio tenha tido várias sequências de humor, ele não foi cômico, no estilo de Darin Morgan, por exemplo. Mas esses momentos bem humorados sempre estiveram presentes em 'Arquivos-X', vide as inúmeras piadas que Mulder contou ao longo de todas as temporadas. 

E o humor também esteve presente quando ao ouvir batidas na porta, Scully disse que não tinha ninguém ali, a não ser os mais procurados do FBI e que ela havia esperado 23 anos para dizer isso. 

E na conversa com Mulder faz citações bíblicas, o que é outra característica antiga do seriado, referindo-se às trombetas do Apocalipse, e ao fato de Adão ter sido expulso do Paraíso e condenado à morte Deus, mas tendo vivido por 930 anos.

Obs2: Mulder cita 'Apocalipse, capítulo 8, versículo 2', a respeito das trombetas do Apocalipse, quando comentava sobre um vídeo no qual as pessoas diziam ouvir sons que 'vinham de lugar nenhum'. E logo depois citou, brincando, a passagem na qual Deus condenou Adão à morte, por este ter comido a maçã, mas depois este viveu 930 anos. Scully contestou, dizendo que há profecias falhas em todos os livros, incluindo a Bíblia. Mas daí Mulder disse 'estou só falando, o livro é seu', referindo-se à Fé de Scully em Deus. 

Também tivemos a introdução, neste episódio, dos dois novos agentes: A primeira é Einstein, uma jovem e bela ruiva, formada em medicina e que é totalmente cética em relação aos fenômenos paranormais ou a alienígenas. Acho que ela lembra alguém, não? E o outro é Miller, que tem uma vontade imensa de acreditar nos mesmos tipos de fenômenos nos quais o Mulder acredita. Aliás, o fato do nome dos dois começar com a letra 'M' também não é mera coincidência.
Shiraz antes de partir para uma ação terrorista. Será que é essa mesma a vontade de Deus? E o que motiva alguém a fazer algo assim? Estas são algumas das questões levantadas neste episódio.
Assim, a nova dupla de agentes é uma versão mais jovem de Mulder e Scully. 

Obs3: Não se preocupem, eXcers, pois eles não entraram na série para substituir a icônica dupla do seriado. Até o Chris Carter já declarou que Mulder e Scully irão se aposentar nos 'Arquivos-X'. No máximo, Einstein e Miller irão ajudar Mulder e Scully nas investigações, mas jamais irão substituí-los. 

E se for criada uma série derivada, um spin-off, como é o desejo da Fox, então eles provavelmente irão trabalhar em outra agência do governo ou serão como investigadores ou consultores privados (tal como era o Frank Black em 'Millennium') e que até poderá investigar casos semelhantes aos dos 'Arquivos-X', mas de forma separada, sem fazer parte dos 'Arquivos-X'. 

Essa nova dupla chega apresentando um caso envolvendo um atentado terrorista, ocorrido em uma galeria de arte no Texas, que exibia uma obra que mostrava Maomé em situação um tanto quanto ridícula (o que é uma clara referência ao atentado contra o jornal satírico francês 'Charlie Hebdo', que ocorreu em Janeiro de 2015) e no qual morreram 9 pessoas. 

Miller diz que um dos homens-bomba acabou sobrevivendo, mas em condições críticas, mas Einstein informa que ele está em estado vegetativo e que somente o coração funciona mas, mesmo assim, Miller acredita que seria possível se comunicar com o mesmo e, desta maneira, eles conseguiriam obter informações a respeito de quando e onde o seu grupo terrorista irá agir novamente.
Mulder e Einstein não se entenderam muito bem no início, mas depois acabaram tendo uma participação importante na solução do caso. E apesar dela ser cabeça-dura, tal como a Scully também era no início da série, com o tempo ela poderá começar a mudar, o que também aconteceu com a Scully.
Einstein ironiza a ideia, falando que eles deveriam procurar terroristas vivos, em vez de ficar falando com os mortos, enquanto que Scully diz que concorda com isso. 

Mulder começa a dizer que existem adivinhos, oráculos, faquires e necromantes que tem a habilidade de falar com os mortos e Miller comenta sobre a Madame Blavatsky, fundadora do Teosofismo, mostrando que conhece o assunto. Ele diz que Blavatsky levou para os EUA ensinamentos do espiritualismo tibetano, mas como Blavatsky morreu há muito tempo, fala Scully, não há como usar as suas habilidades, completa Mulder. 

Obs4: Parece que Chris Carter, os produtores e roteiristas da série nunca ouviram falar do Chico Xavier...

Miller pergunta se Mulder conhece alguém com tal habilidade e este responde que não há ninguém que mereça ser procurado. Einstein e Miller vão para o aeroporto e no mesmo mostra um debate na TV sobre o atentado e as motivações dos terroristas, bem como a respeito da liberdade de expressão. 

O novo agente, Miller, também questiona de onde vem tanto ódio e Einstein ironiza o fato dele pensar que um necromante poderia ajudá-los e ainda pergunta se ele pensa se alguém leva os 'Arquivos-X' a sério, falando que é por isso que os colocaram (Mulder e Scully) em um escritório no porão e que sente pena da pobre agente Scully, afirmando que esta somente trabalha com Mulder porque é apaixonada por ele. Miller tenta argumentar, mas a ruivinha é ainda mais teimosa e cabeça-dura do que a Scully no começo da série.
Imagens dos atentados de 11/09/2001 foram mostradas no episódio. 
Obs5: Não fiquem com ódio da atriz e nem da personagem. Afinal, a ordem para que Lauren Ambrose interpretasse Einstein de uma forma tão agressiva em seu primeiro episódio na série veio diretamente de Chris Carter, ok?

Scully telefona para Miller e diz que conhece uma forma de ajudá-lo a investigar o seu caso, e que será usando um método científico, mas ele prontamente aceita, sem hesitar, mas ele terá que ir até o Texas. Enquanto isso, Mulder liga para Einstein, dizendo que deseja também quer ajudar a resolver o caso, salvando vidas, e ela, meio que contrariada, acaba aceitando conversar com Mulder, em Washington. 

Obs6: Enquanto falava com Miller, Scully segurava o colar com aquela moeda que a sua mãe, Margaret, lhe deu pouco antes de morrer e que tem marcada uma data que não tem qualquer conexão com a família de Scully. Será que esse colar está relacionado com o William? Afinal, a última frase dela foi justamente sobre o filho de Mulder e Scully. 

Assim, a nova dupla acabará trabalhando com Mulder e Scully, formando duplas de visões antagônicas. 

Enquanto o debate na TV sobre o atentado terrorista continua fervendo, os terroristas se preparam para promover um novo atentado.

E a agente Einstein vai conversar com Mulder, e este inicie um debate sobre a natureza da realidade, questionando sobre as crenças desta. Mulder diz que o pensamento tem massa, tal como uma mesa, mas ela persiste na sua visão científica do mundo. Mulder diz que talvez seja possível alcançar a mente do terrorista que se encontra em estado vegetativo, entre a vida e a morte.

No Texas, Scully fala para Miller que há um meio científico de se comunicar com o terrorista que está no hospital. Scully também fala que perdeu a mãe recentemente ('Home Again', 10X02) e que não teve como se comunicar com ele e que isso a impossibilitou de resolver um mistério que talvez seja insolúvel (estaria ela se referindo a William... aliás, ela estava segurando o colar, com a moeda, que a mãe lhe deu pouco antes de morrer). 

Mulder diz para a agente Einstein que ela é sabichona, algo que ela não gostou. Mas ele sugere que seria possível se comunicar com o terrorista 'quase-morto' (Shiraz) por meio do uso de cogumelos mágicos. Estes permitiriam às pessoas transcender o espaço-tempo, ter contato com os mortos e até tocar a face de Deus. Ele sugere que pode usar os cogumelos para se comunicar com o terrorista e, assim, obter informações que impeçam novos atentados. E fala que ela iria ministrar os cogumelos nele, Mulder. 
Scully e Einstein falaram a mesma língua, da Ciência e da Medicina, desde o começo. Enquanto isso, Mulder e Miller também se entenderam muito bem. 
Mas é claro que ela ironiza tudo o que Mulder disse, afirmando que são ideias de um lunático e vai embora. 

Enquanto isso, Scully sugere a Miller usar de uma técnica que usa de ressonância magnética para incitar o cérebro de Shiraz por meio de perguntas que geram eletroatividade. Isso poderia ser feito, diz Scully, por meio de um simples eletroencefalograma, mas que, mesmo assim, seria difícil de se obter informações usando tal método. 

Dois agentes do Departamento de Segurança Nacional vão até o hospital onde se encontra Shiraz e tentam expulsar Scully e Miller do local, mas este enfrenta os dois e se recusa a sair de lá. Gostei... Ele não abaixou a cabeça. 

Obs7: O ator Stephen Lobo, que interpreta o agente Kellogg (à esquerda na cena), um dos agentes do DSN que foi até o hospital para tirar Miller e Scully de lá, trabalhou nas 4 temporadas da ótima série de Sci-Fi 'Continuum', na qual interpretava um personagem chamado... Kellogg. Os roteiristas de 'Arquivos-X' adoram fazer essas brincadeiras.

Quando Miller usa o celular para fotografar os agentes do DSN, estes saem rapidamente do local. É que esse pessoal adora um sigilo. Logo depois, chega a ruivinha linda e nervosinha, agente Einstein, querendo ver o terrorista, mas ela vê que Miller está com Scully. 

Visivelmente enciumada, ela imediatamente telefona para Mulder e pergunta 'em quanto tempo chega ao Texas?'. O que o ciúmes não faz... 
Cena que mostra o momento em que a galeria de arte explode. Notem que o nome da galeria é 'Ziggurat'. Zigurate é um tipo de templo religioso, construído na forma de pirâmide, e que foi criada pelos Sumérios, civilização mesopotâmica (onde fica o atual Iraque). 
Chegando ao Texas, ela entrega a 'substância ilícita' para Mulder e este descobre que ela telefonou porque descobriu que Scully e Miller estão trabalhando juntos, ali mesmo, no Texas. Um outro agente consegue tirar Miller e Scully do hospital, que é evacuado devido a uma ameaça de bomba. Ele chega a travar um debate com Scully sobre a presença de muitos muçulmanos na região que, para o agente, seriam todos terroristas em potencial, mas Scully rebate dizendo que nem todos os muçulmanos são extremistas.

Obs8: Isso que a Scully diz é verdade. Entre os muçulmanos, um percentual muito pequeno, inferior a 5%, apoia ações terroristas, de fato. Mas não podemos esquecer que a população de muçulmanos no mundo é de 1,6 bilhão. Se apenas 0,1% deles se tornassem terroristas, teríamos 1.500.000 terroristas muçulmanos. E eles não são tão numerosos assim. 

E a enfermeira que cuidava de Shiraz tentou matá-lo, mas não conseguiu, pois Mulder e Einstein chegaram a tempo de impedi-la. E ela ainda revela-se uma pessoa com ideias xenófobas, que deseja expulsar os imigrantes do país e impedir que novos continuem chegando aos EUA. Com certeza, ela votará em Donald Trump nas eleições para a Presidência dos EUA.

Einstein a tira do quarto, enquanto discute com a enfermeira, e deixa Mulder sozinho com Shiraz, mas ele toma os cogumelos mágicos. E daí vemos Mulder sair dançando pelos corredores do hospital... 

Na sequência (já durante a sua viagem psicodélica) ele aparece em um clube noturno, numa pista de dança, enquanto toca uma música country (de Billie Ray Cirus). Enquanto ele dança, vemos os Pistoleiros Solitários e Skinner de 'cowboys' e muita mulheres belas e sexy dançando em volta de Mulder. 

Depois, ele aparece em uma nave espacial, sendo chicoteado pela agente Einstein, em uma cena que lembra quando o Mulder estava sendo submetido a testes pelos 'Rebeldes Sem Face' (episódios 'Within' e 'Without' - 8X01 e 8X02). 

Daí, vemos Mulder sendo chicoteado pelo Canceroso, em uma espécie de 'barco a remo voador', que pergunta: 'Quer saber a Verdade, agente Mulder? Veio ao lugar certo', enquanto toca a música de Tom Waits, 'Misery is the River of the World'. 

Mulder vê o corpo do terrorista, quase morto, sendo segurado por uma mulher (a mãe dele, Noora) e vê que Shiraz fala alguma coisa, que Mulder ouve.

Quando termina a sua viagem psicodélica, Mulder vê que está numa cama do hospital (em cena que lembra o episódio 'Triangle' - 6X03) e leva uma bela bronca de Skinner, que diz que ele envergonhou o FBI. 

Enquanto isso, os terroristas estão prontos para entrar em ação, gritando ''Alá é Grande'. 

Obs9: Alá pode ser grande, mas duvido que apoie o Terrorismo. Essa é a antiga mania dos seres humanos: Eles cometem inúmeros crimes e atrocidades e, depois, transferem a responsabilidade para Deus. Deve existir um lugar especial no Inferno para tais pessoas. 

Scully e Miller volta ao local onde está Shiraz, tentando estabelecer contato com Shiraz, mas sem nenhum sucesso. 
Os Pistoleiros Solitários apareceram no episódio, mas a sua participação não contribuiu em nada para a resolução do caso. Eles mereciam um tratamento melhor por parte dos produtores da série.
Mulder discute com Skinner e Einstein a respeito da experiência que vivenciou, mas ela diz que as pílulas não eram cogumelos. Mulder diz que isso não é possível e fala para Einstein que ela estava num estilo '50 tons de ruindade'. Skinner, enfurecido, manda Mulder ir embora do hospital em uma cadeira de rodas, para impedir que ele saia dançando pelo mesmo. Mulder e Einstein discutem sobre o ocorrido e ela fala que será punida e que será enviada para trabalhar em algum porão também. 

Mulder reconhece Noora, mãe de Shiraz, e a conduz até o local onde o filho se encontra. Ela tenta se comunicar com o mesmo, Scully lhe diz que ele está ouvindo, e a mãe diz para o mesmo que ele não pode continuar com as bombas. Mulder pergunta como ela sabe disso e Noora fala que o filho lhe contou, em seus sonhos e orações. Miller fala em árabe com ela, mas ela diz que ela não sabe o nome deles. 

Logo depois, ele morre. Mulder diz que Shiraz falou com ele e, aos poucos, aos poucos vai se lembrando do que ouviu, chegando à palavra-chave, que é 'Babylon', o nome de um hotel no qual os terroristas se encontravam. Com isso, estes puderam ser presos antes que promovessem um novo atentado. 

Portanto, a conexão que Mulder estabeleceu com Shiraz acabou funcionando e permitiu que o caso fosse resolvido. Mas o interessante é que ele somente se lembrou do que Shiraz lhe havia dito depois que Noora falou com o filho. 

Assim, a solução do caso não se deveu apenas e tão somente ao que Mulder descobriu em sua viagem psicodélica, mas também ao uso da técnica adotada por Scully e da qual a mãe de Shiraz, Noora, fez uso. 

No aeroporto, enquanto Miller caminha (enquanto ouve música... afinal, ele é um agente da nova geração, que cresceu cercado de tudo quanto é aparelho eletrônico sofisticado, certo?), vemos aparelhos de TV mostrando cenas dos atentados de 11/09/2001 e comentando sobre o caso que Mulder, Scully e a nova dupla conseguiram solucionar. Neste momento toca a música 'Secret Heart', de Ron Sexsmith.
Olha o Mulder dançando, tal como vimos em 'Dreamland - Terra dos Sonhos' (6X04 e 6X05). Só faltou ele gritar 'Aiiiiioooôooo, Silver'.
Einstein chega e diz que não entende como tudo funcionou e Miller fala que talvez algumas coisas não tenham explicação. Daí, ela diz que 'As coisas mais belas que podemos experimentar, são as misteriosas'. E daí ela dá a bronca, em Miller, que havia dito para o Mulder que faria, dizendo que o verdadeiro mistério no caso era que ele foi investigar o caso junto com Scully mesmo sem consultá-la. Miller diz que ela é que o abandonou, pegando o 'caminho estranho', mas ela fala que ele nunca mais poderá fazer isso. 

Porém, Einstein também reconhece que, tal como o Mulder lhe disse, as ideias e as palavras tem peso e que o mesmo movem as pessoas a fazer as coisas mais psicóticas. 

Mulder, em sua casa, olha no espelho e vê marcas das chicotadas que lhes foram aplicadas pela 'Einstein 50 tons de ruindade'.. Ué, mas aquilo tudo não tinha sido um tipo de alucinação ou de viagem espiritual? 

Aliás, essa tirada do Mulder sobre a agente Einstein foi muito boa. 

Na sequência, toca a música 'Ho Hey', dos Lumineers, e começa uma das mais belas sequências da história do seriado (na qual também temos um belo merchandising da Ford, que é o carro da Scully), com Mulder e Scully de mãos dadas e conversando a respeito de quais seriam os motivos que levam as pessoas a usar a Religião como um pretexto para cometer atos violentos. 

Antes, Mulder pergunta como seria possível unir os extremos da nossa natureza (amor e ódio) e Scully diz que esta é a grande questão dos tempos atuais. 

Mulder e Scully lembram que tanto o Corão, quanto o Velho Testamento, temos passagens que estimulam, sim, a violência em nome de Deus. Mulder diz que pensa no poder das palavras que estimulam jovens a matar em nome de um Deus raivoso, dizendo que eles engolem a pílula (da violência), devido ao poder da sugestão (tal como o poder da sugestão o levou a fazer uma viagem psicodélica usando placebo). 
Mulder estava crente de que estava sob efeito dos cogumeos mágicos, mas a agente Einstein disse, depois, que não foi nada disso. 
E Mulder diz que só uma coisa acaba com esse ódio, que é o amor de uma Mãe (tal como a Noora, que conseguiu fazer com que seu filho ajudasse a encontrar os membros do grupo terrorista do qual fazia parte). 

Scully fala que promover essa união entre as pessoas deve ser o desejo de Deus, mas Mulder, com seu habitual ceticismo em relação ao Todo-Poderoso (algo que também o caracteriza desde o início da série), pergunta como poderemos saber disso, 'se Deus nunca está no palco?'. Mas Scully diz que devemos fazer como os profetas e apenas escutar.

Logo depois, Mulder ouve um som (que eu também ouvi...) e olha para o céu.

Fim.

Obs10: Não sei se vocês repararam, mas a placa do carro da Scully, o Ford Explorer Platinum, é 'NAU - 455'. Bem, eu fui pesquisar a respeito e o que eu descobri é que ela é uma referência a um livro de um autor chamado Jeffrey J. Kubiak. 

O nome do livro é 'War Narratives and the American National Will in War' e o tema do mesmo é que, na visão de Kubiak, os EUA se tornaram um país viciado em promover guerras de longa duração, pelo mundo todo, tal como é o caso da Guerra do Afeganistão, que começou em 2001 e que ainda está muito longe de terminar. 

Essa política, de Guerras Infinitas, foi adotada pelo governo Bush depois dos atentados de 11/09/2001 e a mesma teve continuidade no governo Obama. Inclusive, ela foi citada pelo Tad O'Malley no 'My Struggle' (10X01). 
Cena de 'Dreamland', episódio no qual o Mulder também dançou...
Comentários Adicionais sobre o 'Babylon':

Como se percebe no episódio, não foi somente o Islã que foi usado como referência em relação ao assunto do Terrorismo e da violência sendo influenciada pela Religião. 

Estou dizendo isso porque li alguns comentários na Net dizendo que o episódio seria islamofóbico, ou seja, que o mesmo estimularia o ódio aos muçulmanos. Isso é de uma desonestidade intelectual descarada. Inclusive, como já comentei no texto, a própria Scully falou que a imensa maioria dos muçulmanos rejeita o Terrorismo, o que é a mais pura verdade. E a forma como o Mulder tratou a mãe do Shiraz foi com extremo respeito. 

Também gostei do fato do episódio ter levantado a questão do Terrorismo, sem culpar nenhum povo ou religião em particular. O episódio mais lança as perguntas do que dá respostas, algo que sempre foi uma característica marcante do seriado. 

O Terrorismo, hoje, assusta milhões de pessoas no mundo todo e que faz milhares de vítimas anualmente (não apenas na Europa, mas também na Ásia e na África). O episódio abriu uma discussão muito interessante a respeito do assunto, indagando o que leva alguém que se diz crente em Deus a sair por aí matando pessoas inocentes. 
A agente Einstein mostrou que sente algo mais pelo Miller e ficou com muito ciúmes dele quando o mesmo foi trabalhar com a Scully. E ela já avisou: Nunca mais faça isso, agente Miller. Essa mulher é uma fera... 
E Mulder dá uma parte da resposta, no final do episódio, quando diz para Scully que há passagens do Corão e do Velho Testamento que estimulam a violência, sim. Aliás, isso comprova, para mim, que as religiões são criações exclusivamente humanas, pois duvido que qualquer Deus verdadeiro diria para um filho seu: 'Vá e mate o seu semelhante'. Deus estaria jogando um filho dele contra o outro. E entendo que um Deus verdadeiro jamais faria algo assim.

Para mim, na cena final, o som que o Mulder ouve é uma referência ao que vimos em 'Founder's Mutation', que é o episódio que, na sequência, vem logo depois de 'Babylon'. No 'F.Mutation' vimos que o Mulder foi afetado por aquele som produzido pelo Kyle, que tentava se comunicar com ele. E quando ele olha para o céu, penso que se trata de uma referência ao que veremos em 'My Struggle - Parte 2', que deverá tratar da mitologia alienígena e do início daquela invasão que estava planejada para começar em 22/12/2012.

Esse também é o episódio em que o Mulder voltou plenamente a acreditar, mesmo, em fenômenos paranormais e sobrenaturais. É nele que Mulder volta a ser o mesmo que vimos durante tantos anos em 'Arquivos-X'. 

Mas para compreender bem, mesmo, esse processo é necessário assistir os episódios na sequência correta, seguindo a ordem em que os episódios foram roteirizados e produzidos, e não naquela que o CC escolheu. 

E a sequência correta é 'My Struggle', 'Home Again', 'Mulder e Scully contra o Monstro', 'Babylon', 'Founder's Mutation' e 'My Struggle - Parte 2'.

Outra coisa que ficou clara neste episódio é que a nova dupla de agentes, Miller e Einstein (e que C.Carter já avisou que NÃO VÃO substituir Mulder e Scully) entrou no seriado para trazer de volta o conflito entre um agente crente (Miller) e outra cética (Einstein) em torno de fenômenos considerados ineXplicáveis pelos métodos racionais e científicos. Além disso, essa chegada dos novos agentes está diretamente relacionada ao tema central deste episódio, que foi o conflito entre os Extremos. 
No final do episódio, Mulder e Scully filosofam sobre as causas do Terrorismo, sua conexão com as Religiões e tentam encontrar respostas para essas questões. 
Entre Mulder e Scully isso não é mais possível de ser feito. Por exemplo: Como é que a Scully pode se manter cética em relação aos ETs se ela mesma descobriu que parte do seu DNA tem origem alienígena? Não dá, né? Então, entendo que o motivo principal para a entrada dos novos agentes na série é exatamente esse.

Outra coisa que ficou bem clara neste episódio, bem como nesta mini-temporada, é que C.Carter decidiu atualizar a série e ao fazer isso ele decidiu trabalhar com temas mais 'terrenos', mais conectados com problemas concretos que afetam os EUA e a humanidade atualmente, deixando um pouco de lado, em segundo plano, os assuntos ligados ao mundo espiritual ou ao Espaço Sideral. Estes não sumiram totalmente do seriado, não, mas passaram a dividir espaço com outros assuntos, que estão diretamente relacionados aos problemas atuais que o Mundo enfrenta. 

Em 'Babylon', por exemplo, o caso que serve de suporte para a história está ligado a um tema extremamente atual, que é o Terrorismo, que afeta grande parte dos países do mundo. E a partir daí foi feita toda uma discussão sobre outros assuntos concretos da atualidade, como os efeitos dos atentados de 11/09/2001 e seu impacto sobre os direitos civis, a questão da liberdade de expressão, sobre os direitos constitucionais, a questão dos imigrantes ilegais (vejam o discurso da enfermeira que tentou matar o terrorista no hospital...ela parecia o Donald Trump falando...). 

O problema com tais assuntos, com exceção do Terrorismo, é que eles são muito americanos ou europeus. 
Olha a '50 tons de ruindade', a 'sabichona', aí... Mas é claro que Mulder está brincando. Com o tempo, ela irá se acostumar e se adaptar ao vasto e complexo universo dos 'Arquivos-X'. 
Exemplo disso foi citar o 'Ato Patriótico', que restringiu as liberdades civis nos EUA, e que já tinha sido comentado, pelo Tad O'Malley em 'My Struggle'. Desta maneira, esse episódio me pareceu muito mais voltado, em seus temas, ao público dos EUA. 

A questão da imigração está na ordem do dia nos EUA e na Europa, devido à recente crise dos refugiados e ao elevado índice de desemprego no mundo desenvolvido (nos EUA o índice não é tão elevado, mas 70% dos novos empregos que são criados são de baixos salários e que oferecem condições precárias de trabalho). 

Ah, outra coisa que ficou bem explícita neste episódio é que a agente Einstein é 'doidinha' pelo Miller. Viram o ciúme dela quando viu que a Scully estava trabalhando com o seu parceiro? Ela ficou tão p... da vida que chamou o Mulder para trabalhar com ela. E o Mulder até estranhou, depois do 'entrevero' que tiveram na primeira vez. 

Eu também gostei da nova dupla e gostaria que se tornassem personagens permanentes do seriado, ajudando Mulder e Scully nas investigações e, até, que pudessem ter o seu próprio seriado, um spin-off de 'Arquivos-X', na qual investigariam casos semelhantes aos dos 'Arquivos-X', mas fora deste. Eles poderiam trabalhar como investigadores ou consultores privados ou ainda em uma outra agência ou departamento do governo dos EUA.

Chris Carter já tinha avisado aos fãs que nessa mini-temporada a série seria atualizada, tratando de temas que afetam o mundo atual. Esse episódio foi a prova de que ele estava falando sério. 

Tivemos poucos momentos sobrenaturais/paranormais nesta temporada. 

Nós tivemos momentos paranormais/sobrenaturais no episódio 'Home Again', com aquele Tulpa criado pelo 'Lixeiro', e agora temos o caso de 'Babylon', no qual Mulder fez o papel-chave, resolvendo caso com a ajuda dos cogumelos (ou terá sido, mesmo, o placebo, como disse Einstein?), mas também com a colaboração da técnica usada pela Scully e pelo Miller.  

Mas parece que a 'escuridão', que sempre esteve presente no seriado, volta com tudo no episódio final. Uma fã do seriado diz que está sentindo um pouco a falta do 'climão sombrio, nublado, sinistro' que sempre caracterizou 'Arquivos-X'.
Livro de Jeffrey J. Kubiak, que fala sobre a política do governo dos EUA de promover Guerras de longa duração, pelo mundo todo, e que foi citado na placa do carro de Scully. Tad O'Malley comentou a respeito dessa política de Guerras Infinitas no primeiro episódio, 'My Struggle'. 
Esse 'climão sombrio, nublado, sinistro' é um dos meus 'personagens' preferidos da série. É uma das razões pelas quais sempre gostei tanto de 'Arquivos-X'. Aliás, para mim, ele é o ''personagem' principal da série.  

Esse foi, talvez, o maior equívoco do C.Carter nessa mini-temporada: Ele quis mostrar muita coisa em pouco tempo. C.Carter quis resumir todo o universo rico, complexo e diversificado da série em apenas 6 episódios. Ele deveria ter feito uma temporada com menos temas, que poderiam ser melhor desenvolvidos, em vez de jogar um monte de coisas novas e bagunçar ainda mais a cabeça do público. 

Somente entendo que, em 'Babylon' a participação dos Pistoleiros Solitários foi um tanto quanto gratuita. Entendo que eles mereciam um tratamento melhor por parte dos roteiristas e produtores, ajudando Mulder a resolver o caso de alguma maneira, não se limitando a ficar ao lado dele naquela boate. 

Mas gostei muito do episódio que conseguiu equilibrar bem a discussão entre temas da atualidade, fenômeno paranormal e a tentativa de unir os opostos, os extremos. 

Se tivesse que dar uma nota (de 0 a 10) para o episódio seria 8,5. 
Placa do carro de Scully é uma referência ao livro de Jeffrey J. Kubiak. 
Frases e Diálogos:

Scully: Não tem ninguém aqui, além dos mais procurados pelo FBI... Esperei 23 anos para falar isso. 

Miller: Para onde está indo? 
Einstein: Para um caminho muito estranho (obs: conversar com Mulder).

Agente Einstein: Te dou 2 minutos, agente Mulder, e depois volto para a Terra. 

Agente Einstein: Depois que sair daqui, nunca mais pretendo voltar ao seu porão.
Mulder: Isso foi um talvez?

Mulder (em uma cadeira de rodas) - Sabe que isso é ridículo. 
Einstein: Não queremos que saia por aí dançando. 
Mulder: Então, eu realmente dancei?
Einstein: De acordo com um bando de texanas de meia-idade bastante assustadas, sim.  

Mulder: Esta é Noora, mãe de Shiraz. Ela está aqui para falar com o seu filho.
Scully: Mulder, onde a encontrou?
Einstein: Por favor, não pergunte isso. 
A Torre de Babel, citada por Mulder na cena final, era um zigurate. 

Vídeo - The Lumineers - Ho Hey 




Links:

Madame Blavatsky:

http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/personagens/helena.htm

O Charlie Hebdo e o Terrorismo:

http://www.publico.pt/atentado-ao-charlie-hebdo

Quantos muçulmamos temos no Mundo?

http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/astral/religiao/quantos-muculmanos-ja-existem-no-mundo-63-36656

Lista das músicas que tocaram no episódio:

http://www.tunefind.com/show/the-x-files/season-10/26411

Frase completa de Albert Einstein, citada pela agente Einstein no episódio:

http://www.minhafrase.com.br/1179

Livro de Jeffrey J. Kubiak:

https://books.google.com.br/books?id=OeZCBAAAQBAJ&pg=PA208&lpg=PA208&dq=Washington+DC,+NAU%3D455&source=bl&ots=L7iI2LLImU&sig=4wwpU9hPwQWFggoQUgDuJagjuJA&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjOtb3LrorLAhUBi5AKHYDmAhEQ6AEIOjAF#v=onepage&q=Washington%20DC%2C%20NAU%3D455&f=false

Livro de Kubiak para vender:

http://www.palgrave.com/us/book/9781137426208

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